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domingo, 30 de setembro de 2012

Músculos flácidos





Te amo tanto que dói.
Sinto na coluna; a vértebra raxa;
Me fala tanto que feri.
O lábio seco roça o seio,
Sabe lá o que te atrai;
É tanta dor, é tanto amor.

Te amo tanto que dói.
Severa unha, a carne adentra.
Me fala tanto que feri.
As coxas entrelaçadas,
Pés, pernas, braços, abraços
Músculos flácidos.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

"Aautruísmo"

   Chutei a cadeira. A sensação foi de ter soltado escrotidões aos que merecem. Um dedo partido aumenta a minha raiva por uma sociedade esdruxula a qual se forma por singularidades materiais. E tão ao certo sei do latente dedo inchado que não provoca nenhum impacto naquele povo idolatrador da cédula comercial; suicidante. No jornal, uma matéria relevante sobre a bolsa de valores, ignorada por mim, mas sei que gente vive para ganhar lucros em cima de muitos. Eu, tão pouco me sinto livre ao ponto de esnobar o Haiti. O tanto que um se come aqui, daria para encher cinco vezes a barriga de 10 de lá. Falo sobre a centralização de querer ver um mundo crescente. Egoísmo é o que não falta. Se somente se bastasse falar, o meu dedo quebrado geraria queda nos países fortificados, economicamente ricos, afetivamente desleixados.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Beleza pura.

   Escrever poemas cansa. Escrevia para quem entendia o coração meu. Os textos dissertativos são mais claros, são mais abrangentes para aqueles que ainda não viveram dentro de mim. É como uma placa que diz "Os brotos futuros não ei de destruir" sendo substituída por uma mensagem direta : Não pise na grama.
   Se tudo fosse claro na vida, os olhos não derramariam dores de um querer. Focariam algumas imagens que fazem o corpo estremecer, desmoronar de tato focar. Seja pelos sapatos multe cor: Vermelho-sangue ou azul-nostálgico.

domingo, 9 de setembro de 2012

Parada cheia de cor.

   Mais um ano na pele, na mente, na idade; como o campo é grande. E em sua grandeza me alucina as diversidades; as cores; os sexos. Seja ele igualitário ou transviado. O que mais me faz salivar é um sapatinho azul. Eu sempre convivi com o vermelho e não sabia tuas formas variadas de me chamar a atenção. Esse ser calçado (já apresentado) tem o poder de me cortar, são palavras "metricamente" ditas; lidas, que quando bate aos olhos meus faz arder. No entanto o meu desejo de que venha a salivar comigo é grande, porém não imposto. Tu saías a beijar todas, todas as quais não te lembras os nomes. Espalhava cada partícula de ciumes meu depositado em tua boca. Sei que não foi importante, muitas trocaram saliva contigo, mas o teu coração nem se quer sabe o gosto de cada uma.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

...


   De tantos passeios que a vida nos dá, entre ela as demais definições lhe cabe. Para uns, o significado da vida é a cama, o sono; para outros, uma dose minima de café ou uma máxima que vos ativa. Para mim, ao longo do tempo, a vida já se permeou em dadivas,  doces amores, péssimos sentimentos. Hoje, se traduz à palavra "nada". Por que ela já me deu o gosto de amar e sofrer; de ser amada também. Porém, com tantas topadas, o meu calejado coração cansou de debater com petras, com outros calos consequenciais da vida amarga.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua de agosto

Bem, meu mais precioso ser
Seria quem não possuo
Não queria tua carne, nem o osso
Da fruta o sumo não consumo


Indaga tua fala a mim
E mostra o oposto do não
Te peço, responda o reverso
Do que seria uma negação


Um querer-te tanto fosco
Uma lua de agosto
Da mais triste profecia maia
Teu oitavo mês na estrela azulada.



domingo, 26 de agosto de 2012

   Os olhos que te vêem sem os óculos não sabem os ósculos que te aguardam. Muito menos os tais olhares. Então, não te julgues como estranha sem as lentes, acuse-os de não enxergarem como tu és.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O povo: Para nada.


Nem tudo que se vê se repassa;
Quero ver tu repassar sem ter graça;
A farça força a voz que lhe da a palavra;
Escarra a pátria que só rebaixa prolixa.

Mas relaxa, que tudo piora!
Quanto mais se olha menos se ganha;
Grita a garganta da baixa renda perplexa.
Se possuir a palavra já comemora -Pega o violão!-

É festa! Protestantes serelepes abraçam o fato,
Braços de aço no ato, e a corte corta na maciota
Nega. Nada dessa falsa tolerância democrática
Se ganha diante da grande burguesia "modesta".

domingo, 19 de agosto de 2012

Acordei.


Bom dia, lápis!
Posso pega-lo?
Queria descrever-me um tanto.

Deixa?
Posso?

Acordei meio afobado
Com tanto sol irradiado;
O vento soprou-me uma folha;
Quero que você resolva
Os inigmas do meu sonho.

Tenho de pega-lo,
Molda-lo ao meu ver.

Concede-me uma dança?
Uma valsa poética?
Quero uma sílaba sintética
Para completar o meu verso.

Seja uma rima rica;
Não somente com substantivos e verbos;
Eu quero dialogos concretos,
Um realismo do sonho.

Tinha a praça velha;
Tinham velhos.

Contia tristes lares,
Corações frios,
Lágrimas petrificadas;
Acho que era o inicio do inverno. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tchau, sapatinho de pano.




Em menos de um segundo;
Suas mão tocaram nas minhas.
Teu olhar ficou fixo ou meu,
Assim como a nossa timidez.

Andávamos paralelamente a avenida;
Chuva, brisa, gente e você,
Se destacava em meados de tantos focos;
E permeava numa leve inspiração.

Impulsionava-me a respirar mais e mais rápido;
A cada passo, a cada assunto.

Um dia eu acordei assim,
Sem saber o paradeiro do gostar,
Sem querer e assim querendo;
Com medo das tuas despedidas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Olhos fechados.

Hoje eu vejo um céu estrelado, uma choupana vistosa na beira do rio, um ou dois casais sem limitações; sinto no ósculo que vejo as supostas bocas macias. Vejo também um campo minado de violetas, todas prontas para ser assassinadas por um romântico impulsivo. Mas no entanto, me deixo levar pelo teu cheiro e me lembro que é necessário abrir os olhos. A paisagem muda, e o que me dói é saber que o céu nublado não destaca o reflexo do barracão no lago fosco e camufla dois mendigos alojados na terra seca em baixo de alguns galhos que resistiram ao intenso verão. Mas perceber que o vento traz uma boa nostalgia me convence a fechar os olhos novamente e sentir o cheiro da saliva numa respiração e o cigarro apagado no final de uma transa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Caroço oco.


O amor é
Fogo que se acende;
Fogo que se apaga;
Faísca acende o peito,
Lágrima apaga o leito.

O medo que se tem
É o mesmo que se afaga;
Se estende até o caroço
Deixando vazio por fora
E por dentro oco.

O fogo que se acende,
Sendo ele o que apaga;
Faísca acende a alma,
Lágrima cai ao chão.

A alegria conquistada
É aquela que te prende;
Faz fogo, traz medo,
Queima a alma, cai a lágrima.

Em si o pudor,
exílio da dor;
Mas esta lá o amor;
Cortado por dentro,
Moído por fora.

Ainda te tenho
Cheio de nada ;
Vazio de ti;
Acompanha-me.
Serei a tua companheira;
De ti a "mal amada".

terça-feira, 27 de março de 2012

Parabéns, Polissíndeto!


Porque parabenizar;
Quem hoje envelhece?
Mais um ano de vida,
Menos tempo para a morte.

O que te beneficia em receber felicitações;
Se daquele dia só te restará as lembranças;
De uma nostálgica idade;
De uma numeração semântica.

Precário seja aquele que festeja,
Teu caixão o corpo almeja,
Menos vida, bendito seja.

Vive, e ri, e chora;
Reza, e pede, e adoece;
Tosse, e cospe, e morre.

terça-feira, 20 de março de 2012

Platônica inocência

Para mim, a inocência só habita uma mentalidade até os dez anos de idade, depois disso, só se consegue demonstrar uma leve vulnerabilidade para ser iludido. Esse ser "sonso" nega ser criança e esta corretamente certo ao afirmar, mas não o maduro suficiente para ser responsável pelo seus sentimentos emancipados.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Redenção a dor


De repente acabou, esgotou-se a paciência;
Entupiu-se de ideias paralelas a vida;
Rendeu-se pela dor da lentidão;
Portava porcentagens altíssimas de relaxantes destilados no sangue,
Concentrava-se no polegar que transformava gás em fogo,
E zarolho continuava ao enxergar a fumaça cedendo cinzas.

Baseado por fatos legítimos de morte,
Enquadrava-se nas mais famosas violações por exagero;
Exagerava em longas e termináveis doses lícitas,
Matando nem sempre o que contia em si,
Mas sim o que a rodeava;
Provocando em período prévio de suicídio coletivo.

Suicidava-se lembranças de uma boa expectativa vital;
Amigos de infância, pai e mãe;
Que esqueceram da tolerância,
E renderam-se a dor do desespero.

Um quarto e uma janela com cinco barras de ferro,
Que dava para a encardida parede branca;
O relógio marcava exatamente quatro horas e dezenove minutos,
E eu escrevendo dos meus antigos amigos e falecidos pais.
Isolar-me. É tudo o que resta.