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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Garota

Ela se curva, ajoelha e deita
No leito desconfortável derrama seus prantos;
Não cita nomes, lares, encontros,
Não declara alegria, dor, só suspeita.

Suspeita ser abandonada em breve,
Sentir-se miseramente deixada,
Por cada grito que pesado pisa
E cada gota caída por nada.

Manada de paixões arrebatadoras;
Agarram seu coração arrancando o que te convém
Sendo que a dor lhe cai bem.

Corta o pulso, grita garganta,
Jorra sangue, pálida se espanta,
Morde o lábio, prazer da carne fresca,
Lambe Leucócitos, limpa a alma.

Infanta lúcida, mórbida,
Momento nefasto, breve putrefação,
Hemorragia, degradação,
Era um pacífico corte vertical.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Samba industrial

O ritmo da cidade
Se resume em latão,
Batuque construção;
Bate, bate e bate.

Projeto de boate,
Bar e rabecão;
Barulho e confusão;
E começa o samba de ferragem.

Implicante tremor de martelo,
Dispersado som estéreo,
Vibração que em mim invade.

Prevalece o branco e cinza comércio;
E na lembrança o cinza verde reverso;
Sufoca a percussão da saudade.

sábado, 8 de outubro de 2011

A fé de cada um


Cada um tem a sua,
Cada "cara" tem o seu;
Olhos, cabelo, bunda;
Tudo o que não se define em mim é meu.

Hostilidade


Infames pseudo fones de ouvido.
Gritam somente em um toque,
Falam alto e determinado,
Determinam te enfurecer;

Enfurecidos tímpanos doloridos.
Tantos ouvidos aflitos,
Proporcionados berros
Impostos aos sensíveis: Doer.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Intervalo de dois anos.

Nem eu e nem tu
Se olham em cru;
Dispersadas mentes;
Fadadas aos casos incansáveis;
Finalmente trocando o que sente.

Trocadilhos a parte.
Inocentemente rimadas pouco a pouco,
Caso por caso; Contando o cansaço,
Expondo a nova palhaça que sou,
Feliz de dentro para fora;
Por ventura da vida, assumida.

Eu, um feliz arco-íris a amostra.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pensando bem.

Sofrer é um fato.
Dito, nascido do boato;
Que anda junto ao tempo sensato;
Um fato do boato com ato.

Nascer é doloroso,
Um feto desenvolvido nervoso,
Recebeste a força do médico maldoso;
Doloroso é ser nervoso com gosto.

E respirar a mais pura amargura,
Viver atuando com usura;
Pessoa formada com frescura;
Certa amargura, usura crua.

Dentro do andante camburão enferrujado,
A vida implicando um forçado;
Juba deselegante, cabelo coçado;
Um lotado enferrujado cansado.

Um fato é agir com ato;
Doloroso o ser morrendo com gosto;
Certa amargura, trajetória crua;
O lotado homem cansado.

Despedida para pior fuga.


Uma perda de tempo.
Cedo, tipo sono;
Tenso, teso engano;
Santo corpo lento.

Tento, vento no cabelo assim.
Bela, volta paralela;
Do lado é ela; é ela,
Chega a grudar em mim.

Louca, quer fugir,
Parar de existir,
Pensar em partir,
Sem pronunciar "redimir".

Sinto-me grata;
Sem ser soneto sanada;
Fala "vem cá",
Briga e vai para lá.

A escola, ia e volta;
Volte escola.
Sue, morda a merenda,
Minimizo e guardo-a em compota.

Comporta-se linda;
Sente-se, comida;
Arraste-a à boca.
Uma ex galinha colorida.

Beijo sem fim.


Será?
Se o teu coração acelera junto ao meu;
Se o meu corpo nervoso falece perto do teu;
Se o meu suor tímido deságua em teus poros;
Minha estrutura merece uma afirmação.

Por ventura eu devo perguntar
Se ele transpira, cambaleia, chora,
Grita, amolece e namora junto a mim.

E lá vem.


Uma vez era eu,
No próspero caso, ela;
Outra vez era eu,
Depois eu e ela.

Paixão ardente da minha parte;
Parte minha que era dela.
Que de mim nada sem pedaço,
Eu cortada, dada e iludida;
Inocente menina; eu cedida.
Sedução forte me levava,
Frágil, eu sai perdendo;
Olhos, corpo e ao drama continuo cedendo.

Certa lembrança fadada à desgraça.


domingo, 21 de agosto de 2011

Detalhe 27

O tempo passou.
Foi.
Se dispersou; o tempo,
Como tanto tento,
Conquistar teu coração.
Ilusão lilás.
Roxa louca trás,
O "brás" colado consigo
Nos maçaricos esquecidos.

Esquisitos.
Bonitos.
Aroma, não -penetrante.
Passando pelas marinas;
Desaparece na esquina.

Depois a luz, o sol, o toque e a peste;
Malandros mequetrefes se esquece que
O som é feito de:
Azul, branco, preto, anil,
Rosa, lilás e roxo;
Vermelho -sangue-ralo.
Flictz-sozinho-entreposto.
Amarelo e laranja.
Verde-fraco forte-bruto,
Cinza marrom-cor-de-barro.
Tantas cores, fico puto!

(Igor Pitanga)

domingo, 14 de agosto de 2011

Visão.

Cílios molhados
Prolongam finas luzes,
Claras em forma de cruzes,
Lágrima mágicas, olhos adorados.

Continua emoção.
Águas escorrem carregadas
Por ventura de retinas lotadas;
Inundação que acaba no chão.

Empurraste o que intrometeste,
Choque de crânio e parede,
Por querer ou adormeceste.

Viro-me encolhendo-me;
Penso no que fiz.
Abraço-lhe insistindo-lhe.




terça-feira, 9 de agosto de 2011

Uma noite vulnerável.

Essa noite foi curta.
Caixa de cores ligada,
Madrugada sonolenta e encantada;
Vivia a caixa acesa e muda.

Mudavam-se sonhos e na caixa imagens,
Calada ela, a noite e meu sonho;
Fechava os olhos atrás do sono;
Que corria de mim sem coragem.

Pobre cérebro amargurado no repouso profundo,
Repousavam-se mente e corpo;
Pouco do que poderiam corpo e mente junto.

Minutos antes da morte
Dormias no teu leito videos;
Diretos, coloridos e cheios de corte.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pista da semana passada


Enjoaste do que lhe restou;
Sobraste somente tentativa;
Nunca tomaste a iniciativa;
De uma à outra o desprezo ficou;

Cansaste, e cansada se encontrava;
Nem isso, nem aquilo
Feste sorrir consigo
E "abandonada" continuava;

Fugiste para a pior "solução";
Retardaste os sentidos,
Esses que sempre comovidos,
Agora em câmera lenta és a tal ação;

E choraste por acaso;
Reclamaste do copo vazio,
Tomaste uma dose de "sozinho",
Quiseste trocar o copo por um vaso;

O pulso, o busto, o corpo;
Recebeste o drama da depressão;
Aliaste à lâmina, nicotina e coração;
Onde com o tempo sobraste marcas do pouco;

Mencionava do passado e pensava no decadente futuro;
Se via pálida e dependente;
Só uma voz deixava-a rapidamente contente;
Nunca prometeste nada. Fazia ou falava com o amor mais puro;

Alegraste da mais sintética alegria;
Viste então acompanhada
De uma dose pura, amada e acabada;
Sentava, tomava e sorria.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pista da semana retrasada


Nunca pensaste em "de novo";
Nem se baseava no futuro;
Ele seria o parceiro mais puro.
Que te desenvolvera como os vitelos do ovo.

Ovo esse abandonado optava pelo útero;
Aconchegante como os braços da antiga amada;
Ouvistes lindos cantos de uma apaixonante à apaixonada;
Afirmava-se com um simples "supero".

Superastes a dor,
Ouvistes o pior,
Procurou o melhor,
E beijava corpos atrás de um novo amor.

As mais perfeitas curvas curvaram-se a ti;
Entregavam-se como banquetes baratos;
Aprimorava seus penetrantes boatos,
Alimentava-se, abraçava e dizia partir.

O passado passava do nada;
E vinham desejos da semana presente;
E triste via-se infelizmente;
E acompanhada sentia-se abandonada.

Um colo materno vinha a calhar;
Cafuné banhado de confiança;
Que faz amenizar todas as lembranças;
Os choros um colo consegue calar.

E à procura se via;
Testava uma à outra: Detestava;
Na semana passada: Gostava;
Mas no fim de cada vez: Sozinha.

domingo, 24 de julho de 2011

Evapora e depois volta?


O que seria o "x" da questão
Comparada à alma.
Invisível e complicada;
Disponível ao toque da sensação.

Sempre querendo aparecer,
Ela e eu;
Eu e ela;
Formamos o mais belo ser.

Visível aos meus olhos;
Linda alma que me acompanha,
Transpira e foge pelos poros.

Seca. Esvairado cheiro se vai e pronto,
A saudade toma o seu lugar.
Suar dia e noite para o teu encontro.

Retardar


A chatice a persegue;
Antes de falar já fazia;
Esquizofrenia da maresia;
Não sei como consegue.

Bom humo, bem estar e ignorância;
Três caras, todas arruinadas,
Desperdício de tempo, manhã acabada;
E não podem declarar vingança.

Droga para retardar,
-Uma dose, por favor,
Quero acabar.

Enche sacola;
Cambaleado sério,
Risos retardados agora.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dor de barriga


Eu não aguento mais ouvir falar,
Não suporto mais ler;
A pronuncia me fez perceber
Que machuca o meu ser;

Ser esse que visto nas ruas,
Em pensamentos;
As duas nuas;
Já com acertos e planejamentos.

Passado guardado;
Fechado, apaixonado,
Aberto e enrolado.

Termino distante,
Vista inconstante,
Coração a bater rápido.



quinta-feira, 16 de junho de 2011

Que doa. Mas em mim.

Se for por amor sofro eu;
Se o corte doí, que doa a mim;
Vivemos a dor que queremos;
E essa dor se torna pertinentemente adorável;
Mas somente a quem sente;
Inevitavelmente para quem gosta.

Aqui jaz o meu próprio prazer;
Pela felicidade de relatar;
Na fidelidade de querer se manter;
Um tropel à sussurrar;
No meu eterno estimulo a se entrometer;
Gera a dor que gira em mim.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Chega aos poucos

Penso, mas penso mesmo.
Penso num dia calmo;
Penso num céu estrelado;
Penso na minha menina amada;
No sol do crepúsculo;
Oh, mente condenada.

Condenada uma à outra;
Onde as nuvens nos tocam;
Só as duas, coisa pouca.

Pouca coisa, pouca fala;
Minha moça, moça rara;
Menina mulher e sua graça;
Sorte a minha, eterna Maria.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Era uma vez um ponto


Olha o que virou o amor;
Um fator concreto se tornou ilusório;
Um sentimento eterno que virou provisório;
Moeda de troca de pouco valor.

De cavaleiro errante para errante cavalo;
Um grande dragão vira meros status;
Grandes proporções para um simples boato;
De um limitado para limita-los.

Os dias de glória para um dia doze;
O gosto do beijo tem outros sabores;
Onde foi parar esse sentimento tão doce?

É rancor, não amor;
É foda, não amor;
É a dor, não amor.

Desculpada

Meu corpo meio pesado no momento;
Nesse eterno momento me sinto um nada;
Sem pés, sem mãos sem estar na morada;
Com um peçonhento descontentamento.

E nele o ritmo só parece aumentar;
O som que o faz leve;
As teclas que vão me deixando alegre;
Nesse ultimo período do mal estar.

Esta claro, meu "eu" do outro lado;
Estava mais que exato;
Triste, forte e calado.

Esta bravo, o tal "sangue coagulado";
Culto se segue o insulto;
Não sei como se mantém no absurdo.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nem líder, nem nada


Ah minha pátria;
Pátria minha mal comandada;
Belo seria se tu fosses relembrada;
Pela cultura que tornara tão sábia.

Colônia vasta, repleta de matas;
Onde foi parar tanto Tupi nesse mundão?
Cadê casa, casebre, casarão?
Oh minha pátria completamente mudada.

Me fala a língua que tu falas;
Retira o véu que te cobre;
Se desprende das correntes fissuradas.

Quero te ter sem superior;
Quero te comparar sem inferior;
Te quero sem líder, sem nada.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Já me falaram


O ar circulando;
E lá estão as grandes caixas de ferro;
Teu sorriso que quebra esse ébrio;
Juntos aos enormes camburãos parando.

Grilhões que enfraquece as minhas panturrilhas;
Enlouquece minha sófia de leve;
Desamo, e faz uma simples cópia de greve;
Efêmera terça, prospera tristeza.

Se um dia tu soubestes a razão;
Para tanta assembléia;
Esqueça essa epopéia idéia;

Creiamos no sim, os "grandes" no não;
Creiamos na voz, no saber da ilusão;
Sábios idiotas, irônicos hipócritas.




domingo, 22 de maio de 2011

Sonho exato?


Sono nostálgico de apenas um mês;
Hoje estranho antigamente normal;
Boutiques e asilos “é” tudo igual;
Num quadro o retrato de tudo que fez.

Doze hidrográficas bicolor;
De seis amantes uma amada;
Com as outras seis conversa fiada;
Mas todas as vinte e quatro um monte de cor.

Incógnita raça de meros mortais;
O xadrez se difere do listrado;
Em linhas que nele foi traçado;
E por classes tratadas como “tais”.

De todos os seres com as mãos atadas;
Senhores com barbas e crianças de fralda descrevem o cenário;
De todos os cabelos, dentes e roupas trancados no armário;
De todas as frases “cem” palavras e nem um pouco exatas.

Bom senso


Mera boca em tua delicada audição, cupido;
Uma mistura de desejo, crença e poder;
Declínio da hipérbole que até então era gemido;
Entusiasmado no que em tua mente pode crescer.

Belas são as tais expressões faciais;
As curvas que lhe compõe,
O leito que se desfaz,
O prazer que em mim põe.

Sou um simples mortal culpado;
Dessa tua respiração ofegada.
Perto serás amado,
Longe serei um nada.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Corpo curioso


Covinhas,
Covas,
Queixo, costas;
Duas partes do teu corpo;
Que me enchem de prosas.

Sei eu no fundo gostas;
Do meu apelo por ti;
Do meu vir e ir;
Do seu pensar e agir.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O meu antigo amor autruísta


Pessoas que vem e vão;
Se deixam pela percepção;
Antigo amor altruísta,
Já não me restam gás, fogo nem ao menos faísca.

Pessoas que deveriam ser gratas;
Gratas por serem amadas.
Morte ao meu amor platônico,
Ao meu velho amor Tonico.

Fantasiada por inéditos casos,
E a imaginação fértil que me consagro,
Seria feito por grandes laços com beijos e abraços.

Graças ao tempo pude notar,
Quanta beleza existia no ar;
O ar que me sopra ventos do fator amar.

Pétalas modeladas


Da tua rosa o mais leve perfume.
Os olfatos maravilhados;
Com o teu cheiro requintado;
Espantando os maus olhados desviados.

És tão bela, encantadora flora;
Tatuada em pele e carne,
Faz parte do meu ser agora.

Oculto-me


Culpo-me por não ser a culpada;

Culpo-me por não pedir desculpas;

Bato-me e não mas discuta;

Por ser a certa e não a errada.


Comprometo-me onde não faço nada;

Perco-me em pensamentos inapropriados;

Culpo-me por ter acertado;

Compreendo-me por não ser complexada.


Mato-me por não mata-la;

Calo-me por querer-te;

Interrompo-me por ama-la;

Corto-me por não querer-me.


Penso logo sou um nada;

Reparto-me uma parte de mim;

Cuspo-lhe uma gota de náuseas;

Falo-me sou um broto de merda;


Perdoou-me

Por não ser ébria, ser sóbria, nem mórbida;

Sendo séria, certa e sólida;

Alegro-me.