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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Garota

Ela se curva, ajoelha e deita
No leito desconfortável derrama seus prantos;
Não cita nomes, lares, encontros,
Não declara alegria, dor, só suspeita.

Suspeita ser abandonada em breve,
Sentir-se miseramente deixada,
Por cada grito que pesado pisa
E cada gota caída por nada.

Manada de paixões arrebatadoras;
Agarram seu coração arrancando o que te convém
Sendo que a dor lhe cai bem.

Corta o pulso, grita garganta,
Jorra sangue, pálida se espanta,
Morde o lábio, prazer da carne fresca,
Lambe Leucócitos, limpa a alma.

Infanta lúcida, mórbida,
Momento nefasto, breve putrefação,
Hemorragia, degradação,
Era um pacífico corte vertical.


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Samba industrial

O ritmo da cidade
Se resume em latão,
Batuque construção;
Bate, bate e bate.

Projeto de boate,
Bar e rabecão;
Barulho e confusão;
E começa o samba de ferragem.

Implicante tremor de martelo,
Dispersado som estéreo,
Vibração que em mim invade.

Prevalece o branco e cinza comércio;
E na lembrança o cinza verde reverso;
Sufoca a percussão da saudade.