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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tchau, sapatinho de pano.




Em menos de um segundo;
Suas mão tocaram nas minhas.
Teu olhar ficou fixo ou meu,
Assim como a nossa timidez.

Andávamos paralelamente a avenida;
Chuva, brisa, gente e você,
Se destacava em meados de tantos focos;
E permeava numa leve inspiração.

Impulsionava-me a respirar mais e mais rápido;
A cada passo, a cada assunto.

Um dia eu acordei assim,
Sem saber o paradeiro do gostar,
Sem querer e assim querendo;
Com medo das tuas despedidas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Olhos fechados.

Hoje eu vejo um céu estrelado, uma choupana vistosa na beira do rio, um ou dois casais sem limitações; sinto no ósculo que vejo as supostas bocas macias. Vejo também um campo minado de violetas, todas prontas para ser assassinadas por um romântico impulsivo. Mas no entanto, me deixo levar pelo teu cheiro e me lembro que é necessário abrir os olhos. A paisagem muda, e o que me dói é saber que o céu nublado não destaca o reflexo do barracão no lago fosco e camufla dois mendigos alojados na terra seca em baixo de alguns galhos que resistiram ao intenso verão. Mas perceber que o vento traz uma boa nostalgia me convence a fechar os olhos novamente e sentir o cheiro da saliva numa respiração e o cigarro apagado no final de uma transa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Caroço oco.


O amor é
Fogo que se acende;
Fogo que se apaga;
Faísca acende o peito,
Lágrima apaga o leito.

O medo que se tem
É o mesmo que se afaga;
Se estende até o caroço
Deixando vazio por fora
E por dentro oco.

O fogo que se acende,
Sendo ele o que apaga;
Faísca acende a alma,
Lágrima cai ao chão.

A alegria conquistada
É aquela que te prende;
Faz fogo, traz medo,
Queima a alma, cai a lágrima.

Em si o pudor,
exílio da dor;
Mas esta lá o amor;
Cortado por dentro,
Moído por fora.

Ainda te tenho
Cheio de nada ;
Vazio de ti;
Acompanha-me.
Serei a tua companheira;
De ti a "mal amada".